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QUÍRON , O CURADOR FERIDO
Em 1977, foi descoberto um pequeno planetóide entre as órbitas de
Saturno e Urano. Para a astrologia, a descoberta de um corpo celeste sempre
anuncia uma mudança de consciência na sociedade e reflete desenvolvimentos
históricos cruciais. Por exemplo: a descoberta de Urano em 1781 está ligada a
um período de rebeliões, revoluções e luta pela independência. Netuno foi
localizado em 1846, coincidindo com o Romantismo. Plutão é descoberto no início
do século e está sincronizado com o aparecimento do fascismo, do totalitarismo
e também com o de uma nova ciência, a Psicologia.
É preciso olhar para a mitologia para
estabelecer a conexão de Quíron com a evolução do coletivo e compreender seu
significado arquetípico. O pai de Quíron foi Saturno. Sua mãe, Filira, era uma
das filhas de Oceano. De acordo com a lenda, Réa, a esposa de Saturno, pegou o
marido e Filira no flagra. Para escapar, Saturno transformou-se num garanhão e
deu no pé. O produto dessa união foi Quíron, o primeiro Centauro, nascido
metade homem, metade animal. Perturbada por ter dado à luz ao que ela
considerava um monstro, Filira pediu aos deuses que a livrassem de qualquer
maneira da responsabilidade de criá-lo. Como resposta, levaram Quíron e
transformaram a mãe ingrata num limoeiro.
A primeira mágoa de Quíron é a rejeição da mãe,
e onde quer que Quíron se encontre num mapa, esta é a área onde podemos ser
mais sensíveis às rejeições. Representa a “saída do Paraíso”, que todos vivemos
quando somos retirados do útero para a dura realidade do mundo. No corpo físico
separado e distinto, perdemos o sentido de unidade com toda a vida. Quíron era
parte divino e parte animal, nós também o somos. Seu posicionamento também
mostra onde sentimos mais sutilmente o conflito entre os desejos do nosso
físico e algo mais trancendente, puro e divino.
Educado por deuses, Quíron cresceu para ser
sábio. Seu lado animal deu-lhe sabedoria terrena e proximidade com a natureza.
Podemos dizer que era um xamã, um sábio curador, bem versado nas propriedades
medicinais de várias ervas. Mas também estudou música, ética, caça e
astrologia. Histórias sobre sua grande sabedoria se espalharam, deuses e nobres
mortais levaram seus filhos para serem educados por ele. Tornou-se uma espécie
de pai adotivo e mestre de Jasão, Hércules e Aquiles, entre outros. As matérias
que mais ensinava eram o bem-estar e a cura, pois estava familiarizado em como
criar e curar feridas.
Hércules feriu acidentalmente o joelho de Quíron
com uma seta envenenada. O veneno era da tenebrosa Hidra e fez uma ferida
incurável até mesmo para a medicina de Quíron. Fenômeno curioso: o grande
médico sofrendo com uma ferida que não podia ser curada. Este é sua qualidade
mais importante: a posição de Quíron no mapa nos mostra onde fomos feridos de
algum modo e, através desta experiência obtemos sensibilidade e
autoconhecimento para entender e ajudar melhor os outros. Quíron foi associado
com o nascimento do interesse popular pela psicoterapia, ao processo de trazer
feridas psicológicas à superfície para serem curadas. Na verdade, Quíron
aparece num forte posicionamento nos mapas de muitos curadores e terapeutas. Os
melhores terapeutas não são aqueles que conhecem bem suas próprias
imperfeições?
Quíron preparava as pessoas para serem heróis. Seus pupilos estavam aptos a
sobreviver no mundo, mas eram também nobres capazes de feitos e proezas a
serviço de seus países ou de um todo maior. A sua localização no mapa não só é
capaz de indicar onde podemos ensinar os outros, mas também onde nosso potencial
heróico pode manifestar-se. A área onde podemos ir além do normal, sem perder o
contato com a “vida real”. Podemos ser intuitivos, inventivos e também ter os
pés bem postos no chão. Dale O'Brien diz que trânsitos críticos de Quíron
indicam quando e como um indivíduo é desafiado a crescer sobre a adversidade ou
mediocridade que cercam a sua vida e a perceber um destino maior envolvendo-o.
Como prêmio por todos os serviços prestados,
Quíron recebeu o dom divino da imortalidade. Mas estava numa posição muito estranha,
não podia curar sua ferida nem morrer. Qual a solução? Prometeu, que roubou o
fogo dos deuses e foi banido para os mundos inferiores, seria libertado se
alguém ficasse no seu lugar. Quíron, não querendo mais ser imortal, concordou
em trocar de lugar com Prometeu. Eis a fusão de dois tipos de sabedoria: Quíron
pegou a sabedoria terrena e a usou para própósitos mais elevados, enquanto
Prometeu tirou o fogo dos deuses, símbolo da criatividade, e o trouxe para a
Terra. Nosso desafio é integrar a visão espiritual do fogo criativo com a
técnica e o senso prático.
A atitude de Quíron com relação à morte e seu
entendimento acerca da saúde, da cura e da educação são os sinais dos nossos
tempos. Quando a humanidade desperta para sua essência divina, para a busca do
autoconhecimento e expansão da consciência a fim de promover a cura individual
e planetária.
Fonte: Marcelo Dalla
http://www.marcelodalla.com
QUÍRON , O CURADOR FERIDO
Em 1977, foi descoberto um pequeno planetóide entre as órbitas de
Saturno e Urano. Para a astrologia, a descoberta de um corpo celeste sempre
anuncia uma mudança de consciência na sociedade e reflete desenvolvimentos
históricos cruciais. Por exemplo: a descoberta de Urano em 1781 está ligada a
um período de rebeliões, revoluções e luta pela independência. Netuno foi
localizado em 1846, coincidindo com o Romantismo. Plutão é descoberto no início
do século e está sincronizado com o aparecimento do fascismo, do totalitarismo
e também com o de uma nova ciência, a Psicologia.
É preciso olhar para a mitologia para
estabelecer a conexão de Quíron com a evolução do coletivo e compreender seu
significado arquetípico. O pai de Quíron foi Saturno. Sua mãe, Filira, era uma
das filhas de Oceano. De acordo com a lenda, Réa, a esposa de Saturno, pegou o
marido e Filira no flagra. Para escapar, Saturno transformou-se num garanhão e
deu no pé. O produto dessa união foi Quíron, o primeiro Centauro, nascido
metade homem, metade animal. Perturbada por ter dado à luz ao que ela
considerava um monstro, Filira pediu aos deuses que a livrassem de qualquer
maneira da responsabilidade de criá-lo. Como resposta, levaram Quíron e
transformaram a mãe ingrata num limoeiro.
A primeira mágoa de Quíron é a rejeição da mãe, e onde quer que Quíron se encontre num mapa, esta é a área onde podemos ser mais sensíveis às rejeições. Representa a “saída do Paraíso”, que todos vivemos quando somos retirados do útero para a dura realidade do mundo. No corpo físico separado e distinto, perdemos o sentido de unidade com toda a vida. Quíron era parte divino e parte animal, nós também o somos. Seu posicionamento também mostra onde sentimos mais sutilmente o conflito entre os desejos do nosso físico e algo mais trancendente, puro e divino.
A primeira mágoa de Quíron é a rejeição da mãe, e onde quer que Quíron se encontre num mapa, esta é a área onde podemos ser mais sensíveis às rejeições. Representa a “saída do Paraíso”, que todos vivemos quando somos retirados do útero para a dura realidade do mundo. No corpo físico separado e distinto, perdemos o sentido de unidade com toda a vida. Quíron era parte divino e parte animal, nós também o somos. Seu posicionamento também mostra onde sentimos mais sutilmente o conflito entre os desejos do nosso físico e algo mais trancendente, puro e divino.
Educado por deuses, Quíron cresceu para ser
sábio. Seu lado animal deu-lhe sabedoria terrena e proximidade com a natureza.
Podemos dizer que era um xamã, um sábio curador, bem versado nas propriedades
medicinais de várias ervas. Mas também estudou música, ética, caça e
astrologia. Histórias sobre sua grande sabedoria se espalharam, deuses e nobres
mortais levaram seus filhos para serem educados por ele. Tornou-se uma espécie
de pai adotivo e mestre de Jasão, Hércules e Aquiles, entre outros. As matérias
que mais ensinava eram o bem-estar e a cura, pois estava familiarizado em como
criar e curar feridas.
Hércules feriu acidentalmente o joelho de Quíron
com uma seta envenenada. O veneno era da tenebrosa Hidra e fez uma ferida
incurável até mesmo para a medicina de Quíron. Fenômeno curioso: o grande
médico sofrendo com uma ferida que não podia ser curada. Este é sua qualidade
mais importante: a posição de Quíron no mapa nos mostra onde fomos feridos de
algum modo e, através desta experiência obtemos sensibilidade e
autoconhecimento para entender e ajudar melhor os outros. Quíron foi associado
com o nascimento do interesse popular pela psicoterapia, ao processo de trazer
feridas psicológicas à superfície para serem curadas. Na verdade, Quíron
aparece num forte posicionamento nos mapas de muitos curadores e terapeutas. Os
melhores terapeutas não são aqueles que conhecem bem suas próprias
imperfeições?
Quíron preparava as pessoas para serem heróis. Seus pupilos estavam aptos a sobreviver no mundo, mas eram também nobres capazes de feitos e proezas a serviço de seus países ou de um todo maior. A sua localização no mapa não só é capaz de indicar onde podemos ensinar os outros, mas também onde nosso potencial heróico pode manifestar-se. A área onde podemos ir além do normal, sem perder o contato com a “vida real”. Podemos ser intuitivos, inventivos e também ter os pés bem postos no chão. Dale O'Brien diz que trânsitos críticos de Quíron indicam quando e como um indivíduo é desafiado a crescer sobre a adversidade ou mediocridade que cercam a sua vida e a perceber um destino maior envolvendo-o.
Quíron preparava as pessoas para serem heróis. Seus pupilos estavam aptos a sobreviver no mundo, mas eram também nobres capazes de feitos e proezas a serviço de seus países ou de um todo maior. A sua localização no mapa não só é capaz de indicar onde podemos ensinar os outros, mas também onde nosso potencial heróico pode manifestar-se. A área onde podemos ir além do normal, sem perder o contato com a “vida real”. Podemos ser intuitivos, inventivos e também ter os pés bem postos no chão. Dale O'Brien diz que trânsitos críticos de Quíron indicam quando e como um indivíduo é desafiado a crescer sobre a adversidade ou mediocridade que cercam a sua vida e a perceber um destino maior envolvendo-o.
Como prêmio por todos os serviços prestados,
Quíron recebeu o dom divino da imortalidade. Mas estava numa posição muito estranha,
não podia curar sua ferida nem morrer. Qual a solução? Prometeu, que roubou o
fogo dos deuses e foi banido para os mundos inferiores, seria libertado se
alguém ficasse no seu lugar. Quíron, não querendo mais ser imortal, concordou
em trocar de lugar com Prometeu. Eis a fusão de dois tipos de sabedoria: Quíron
pegou a sabedoria terrena e a usou para própósitos mais elevados, enquanto
Prometeu tirou o fogo dos deuses, símbolo da criatividade, e o trouxe para a
Terra. Nosso desafio é integrar a visão espiritual do fogo criativo com a
técnica e o senso prático.
A atitude de Quíron com relação à morte e seu
entendimento acerca da saúde, da cura e da educação são os sinais dos nossos
tempos. Quando a humanidade desperta para sua essência divina, para a busca do
autoconhecimento e expansão da consciência a fim de promover a cura individual
e planetária.
Fonte: Marcelo Dalla
http://www.marcelodalla.com
CONSTELAÇÃO DE QUÍRON
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