Há quase um ano atrás em meu blog Atrevida
À Flor da Pele, abordei o transtorno de ansiedade em relato pessoal do
sofrimento pelo qual sou acometida a ornitofobia que é uma forma de transtorno
de ansiedade associada à fobia a pássaros.
Acho importante divulgar a ansiedade que acomete uma em cada 4 pessoas
em todo o mundo indiscriminadamente independente de cor, religião, gênero ou
status social.
Num estudo divulgado pela Revista ISTO É em 2012, das cidades pesquisadas, São
Paulo foi a que apresentava os maiores índices de incidência de episódios de ansiedade.
As famílias, empresas, escolas e a sociedade em geral estão adoecendo de
forma coletiva e todos são afetados pelas ondas da massa. Vende-se soluções
farmacológicas eficazes muitas vezes, mas que não dão conta de todos os
problemas. Necessário se faz buscar as raízes de tanta ansiedade que se
confunde com os medos irracionais.
A ansiedade tem raízes profundas antropológicas, fazia parte das reações
que nossos ancestrais manifestavam diante de ameaças como a possibilidade de um
ataque animal ou a morte por frio extremo. Preocupar-se com esses eventos,
mantinha o corpo em alerta , mais tenso, pressão elevada, maior bombeamento de
sangue . Se o perigo se concretizasse, o corpo estava pronto para reagir. Se
não, o sistema era desligado. Esse esquema ficou gravado no cérebro humano como
uma programação genética de instinto e até hoje entra em ação em situações
interpretadas como risco. Essas circunstâncias podem ser reais ou fictícias,
resultado de mecanismos psíquicos não totalmente esclarecidos. O problema é que
se esse estado de preocupação se torna crônico, caso da ansiedade generalizada,
ou leva a crises espontâneas, como ataques de pânico, deixa de ser uma reação
natural. Causa prejuízos à saúde e à vida social, afetiva e profissional.
Tornando-se uma doença. É preciso despertar e procurar ajuda.
Dividir informações faz com que possamos nos conhecer e aprender a
desativar o acionamento das bombas que a mente arma para nos auto sabotar.
Segue um estudo sobre transtornos de ansiedade.
Transtornos de Ansiedade
Todos os Transtornos de Ansiedade têm como manifestação principal um
alto nível de ansiedade. Ansiedade é um estado emocional de apreensão, uma
expectativa de que algo ruim aconteça, acompanhado por várias reações físicas e
mentais desconfortáveis.
Os principais Transtornos de Ansiedade são: Síndrome do Pânico, Fobia Específica, Fobia Social, Estresse Pós-Traumático, Transtorno Obsessivo-Compulsivo e Distúrbio de Ansiedade Generalizada.
É comum que haja comorbidade e assim uma pessoa pode apresentar sintomas de mais de um tipo de transtorno de ansiedade ao mesmo tempo e destes com outros problemas como depressão.
No geral, os transtornos de ansiedade respondem muito bem ao tratamento psicológico especializado.
Os principais Transtornos de Ansiedade são: Síndrome do Pânico, Fobia Específica, Fobia Social, Estresse Pós-Traumático, Transtorno Obsessivo-Compulsivo e Distúrbio de Ansiedade Generalizada.
É comum que haja comorbidade e assim uma pessoa pode apresentar sintomas de mais de um tipo de transtorno de ansiedade ao mesmo tempo e destes com outros problemas como depressão.
No geral, os transtornos de ansiedade respondem muito bem ao tratamento psicológico especializado.
Saiba um pouco sobre cada Transtorno de Ansiedade:
Estresse Pós Traumático:
Estado ansioso com expectativa recorrente de reviver uma experiência que
tenha sido muito traumática. Por exemplo, depois de ter sido assaltado, ficar
com medo de que ocorra de novo, ter medo de sair na rua, ter pesadelos, etc.
Geralmente após um evento traumático a ansiedade diminui logo no primeiro mês
sem maiores consequências. Porém, em alguns casos, os sintomas persistem
por mais tempo ou reaparecem depois de um tempo, levando a um estado denominado
como Estresse Pós Traumático.
Distúrbio de Ansiedade Generalizada:
Distúrbio de Ansiedade Generalizada:
Estado de ansiedade e preocupação excessiva sobre diversas coisas da
vida. Este estado aparece frequentemente e se acompanha de alguns dos seguintes
sintomas: irritabilidade, dificuldade em concentrar-se, inquietação, fadiga e
humor deprimido.
Síndrome do Pânico:
Síndrome do Pânico:
A Síndrome do Pânico é caracterizada pela ocorrência de freqüentes e
inesperados ataques de pânico. Os ataques de pânico, ou crises, consistem em
períodos de intensa ansiedade e são acompanhados de alguns sintomas específicos
como taquicardia, perda do foco visual, dificuldade de respirar, sensação de
irrealidade, etc.
Fobia Simples:
Medo irracional relacionada a um objeto ou situação específico. Na
presença do estímulo fóbico a pessoa apresenta uma forte reação de ansiedade,
podendo chegar a ter um ataque de pânico. Por exemplo a pessoa pode ter fobia
de sangue, de animais, de altura, de elevador, de lugares fechados ou abertos,
fobia de dirigir, etc. Há muitas formas possíveis de fobia, visto que o
estímulo fóbico assume um lugar substituto para os reais motivos de ansiedade
da pessoa. O motivo original vai ser descoberto na terapia.
Fobia Social:
Fobia Social:
Ansiedade intensa e persistente relacionada a uma situação social. Pode
aparecer ligado a situações de desempenho em público ou em situações de
interação social. A pessoa pode temer, por exemplo, que os outros percebam seu
"nervosismo" pelo seu tremor, suor, rubor na face, alteração da voz,
etc. Pode levar à evitarmos situações sociais e um certo sofrimento antecipado.
A pessoa pode também, por exemplo, evitar comer, beber ou escrever em público
com medo de que percebam o tremor em suas mãos.
Transtorno Obsessivo-Compulsivo:
Transtorno Obsessivo-Compulsivo:
Estado em que se apresentam obsessões ou compulsões repetidamente,
causando grande sofrimento à pessoa. Obsessões são pensamentos, idéias ou
imagens que invadem a consciência da pessoa. Há vários exemplos como dúvidas
que sempre retornam (se fechou o gás, se fechou a porta, etc.), fantasias de
querer fazer algo que considera errado (machucar alguém, xingar, etc.), entre
vários outros.
As compulsões são atos repetitivos que tem como função tentar aliviar a
ansiedade trazida pelas obsessões. Assim, a pessoa pode lavar a mão muitas
vezes para tentar aliviar uma idéia recorrente de que está sujo, ou verificar
muitas vezes se uma porta está fechada, fazer contas para afastar algum
pensamento, arrumar as coisas, repetir atos, etc.
Uma nota para Reflexão:
O que é normal e o que não é normal em nossa vida mental?
É importante notar que todos nós apresentamos alguns comportamentos "estranhos" uma vez ou outra. A vida psicológica normalmente é cheia de estados emocionais variados, de transições e crises. Todos nós temos alguns medos ilógicos, algumas idéias intrusas em nossa consciência e estados de ansiedade mais intensos.
É importante notar que todos nós apresentamos alguns comportamentos "estranhos" uma vez ou outra. A vida psicológica normalmente é cheia de estados emocionais variados, de transições e crises. Todos nós temos alguns medos ilógicos, algumas idéias intrusas em nossa consciência e estados de ansiedade mais intensos.
O que caracteriza um estado como patológico é quando estas situações dominam a nossa vida mental, quando o sofrimento emocional (ansiedade, desânimo, etc.) passa a ocupar o primeiro plano em nossas vidas e nos impede de viver outras experiências. Na psicopatologia, ocorre certa perda de liberdade e ficamos paralisados em modos estereotipados de funcionamento, sofrendo.
Nestas situações necessitamos de ajuda psicológica. A psicoterapia nos ajuda a sair deste estado de paralisia, ajudando a restaurar nossa capacidade de prosseguir construindo nossa vida e respondendo de modo criativo aos desafios.
Por Artur Scarpato , Psicólogo Clínico (PUC SP)
Como se livrar da ansiedade
1- Respire fundo, lenta e compassadamente pelo maior tempo que você for
capaz, pois isto ajuda a desacelerar fisiologicamente o cérebro e por conseqüência
a mente.
2- Entenda que quando um problema novo se configura a sua frente, a
solução não está na sua mente, não está no seu pensamento e sim no fato em si.
Quando for possível, olhe para o novo, procure entendê-lo, aumente as suas
informações e seu conhecimento sobre ele. Não busque referências pessoais
anteriores, pois isto aumentará a sua ansiedade. Se não for possível olhar para
o problema (por exemplo, numa entrevista
de emprego), procure não pensar nele, tente “distrair” a sua mente com outra
coisa, brigue( BRIGUE?) com ela para não pensar na entrevista e em suas conseqüências.
3- Aceite a falta de controle, abra mão da prepotência da sua mente, e
entenda que não somos deuses superpoderosos que tudo podemos controlar. Uma
parte de nossa vida tem que entregar a Deus, ao destino, à sorte e... Seja o
que Deus quiser...
4- Problemas e novidades se resolvem com ação e não com pensamento, é
preciso fazer o melhor que está a nosso alcance, focado, ligado no real. O que está
além do nosso melhor esforço não podemos controlar.
5- Aceitar a possibilidade de perder, não querer ganhar a qualquer
custo, pois isto acelera a mente e aumenta e muito a chance de derrota.
6- Aceite conviver com a insegurança quando ela surgir a sua frente. Não
queira se livrar dela. Não tenha pressa. Quanto mais você aceitar conviver com
a insegurança, mais calmamente ela irá embora e mais a sua mente se acalmará.
Quanto mais você tentar se livrar dela, mais ela se tornará ansiedade.
7- Não se deixar enganar pela mente. Quando ela ficar buzinando internamente
que o pior vai acontecer, usar a palavra mágica ( Não seria melhor “ Frase
Mágica” ou Frases Mágicas” ?): “ Seja o que Deus quiser...” “ Foda-se...”
Resumindo: mente acelerada é mente desequilibrada. Para livrar-nos da
ansiedade, devemos aprender a escapar do doínio e desacelerar a nossa mente.
Por Dr. Isaac Ibraim, Médico Psiquiatra
e Psicoterapeuta- SP .
Ornitofobia
O nome
parece pomposo e altivo, mascarando o seu real e prosaico significado: o medo
anormal e irracional de aves. Confesso que sofro deste transtorno que se traduz
na extrema angústia e medo de perder o controle. Senti-me encorajada a falar
sobre este delicado assunto após assistir com muita compaixão e identificação
ao relato da cantora Luiza Possi no programa Encontros com a Fátima Bernardes
confidenciando sobre este ridículo calcanhar de Aquiles!
Por
este bizarro medo, desde a mais tenra idade sempre fui alvo de bullying que
naquela época era apenas escárnio, chacota e encarnação mesmo!
Uma
explicação para tão estranho temor pode ter origem no fato de que a minha mãe
assistiu ao filme Os Pássaros de Alfred Hitchcock quando estava grávida de mim.
Relembrando o filme do mais puro terror que aborda a fobia discorre sobre a
história de um casal que luta pela vida desesperadamente contra a força mortal
de aves que protagonizam uma série de ataques aos cidadãos indefesos da cidade
de Bodega Bay na Califórnia EUA.
Diga-se
de passagem, este não é um filme apropriado para mulheres especialmente
grávidas, porém mamãe foi uma mulher singular durante toda a sua vida. Era um
misto de libertária, behaviorista, neofascista e treinadora do BOPE na educação
das suas filhas, dentre as quais eu sou a primogênita.
Os
traumas que lembro com os pássaros são posteriores à ornitofobia instaurada.
Aos meus 15 anos minha mãe fez uma de suas experiências terapêuticas comportamentais
com inspiração behaviorista: desafiou-me a entrar num viveiro de pássaros
ornamentais do porte de galinhas, galos e perus no sítio de um amigo da família
a quem eu gostava de impressionar pela bravura. Eu tinha uma reputação a zelar,
era a mais velha de uma tropa de 5 crianças e era tida como intrépida e
destemida, pois havia matado uma cobra coral a tiros de espingarda para
proteger os petizes! Pois muito que bem, entrei no tal covil das feras que era
fechado e diante da platéia incrédula, fechei os olhos e “ saí fora do meu
corpo” enfrentando o medo. Aos calafrios vertiginosos sentia o bater das asas
dos pássaros em fuga, roçando na minha pele, meu coração saltando pela boca e
eis que eles sumiram sem deixar rastros! Ufa! Sobrevivi a esta prova de fogo!
Anos
mais tarde, já na Faculdade de Psicologia na UFRJ, fazia estágio em
Psicofarmacologia no Instituto de Psiquiatria que consistia em observar os
pacientes em seu horário de lazer no pátio da clínica e eis que surgem do nada
um pequeno exército de pombos, patos, gansos, marrecos, pelicanos , flamingos ,
galinhas , perús ... e derivados alegremente interagindo com os doentes em
recreio! Foi o pior mico da minha vida, não consegui controlar a minha reação
de pavor, saí correndo aos gritos diante dos olhares de pena dos internos!
Soube depois que o convívio com os emplumados fazia parte da terapêutica dos
internos. Estava acabada a minha carreira como Psicóloga depois deste vexame no
hospital psiquiátrico, mas não desisti e ainda tentei estagiar no Pinel!
Outro
episódio memorável ocorreu alguns meses depois, quando atravessava a Praça XV
rumo às Barcas na companhia de uma amiga que estudava Medicina na UFF em
Niterói: um pombo preto cismou de pousar na minha cabeça e se aninhar nas
minhas longas madeixas! Desmaiei como efeito e acordei sendo socorrida pela
minha amiga e rodeada de uma multidão de curiosos!
Desde
pequena provoquei mudança nos hábitos alimentares da família porque não
aceitava visitar aviários nem tampouco comer aves de qualquer espécie!
Costumava fazer discursos a favor das pobres criaturas para convencer outras
pessoas a excluir carne de aves do cardápio! Tornei-me macrobiótica aos 18 anos
para evitar os encontros desagradáveis com as tais criaturas!
O meu
problema maior é deflagrado quando as aves levantam voo, a simples lembrança
das penas das asas me arrepia toda e tenho vertigens!
Há
alguns anos venho controlando os ataques de ansiedade com meditação e auto
hipnose. São técnicas para lidar com os desagradáveis sintomas.
Teorias
apontam o medo como um fator de sobrevivência que nos preserva de perigos de
morte, como no experimento com ratos que ficaram na mesma caixa com uma cobra,
os que sobreviveram não a enfrentaram ficando parados. Na vida em geral, quando
o medo é exacerbado nos paralisa e impede de viver. O excesso de controle nos
isola do convívio que nos amedronta e nos impõe um cárcere estéril e asséptico.
A cura
passa pela busca do entendimento e elaboração dos significados simbólicos do
sofrimento e dos sintomas desenvolvidos, bem como a elucidação dos ganhos
secundários obtidos desses.
Por Nathalia
Leão Garcia
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Namastê!