A LENDA
Dizia a
lenda que a Deusa Leoa Sekmet, após ter dizimado parte da humanidade, fora
apaziguada e se transformara numa gata mansa. A terrível leoa bebedora de
sangue se transformou em Bast, a gata bebedora de leite.
A Deusa
egípcia com cabeça de gato, Bast, era uma divindade estritamente solar até a
chegada da influência grega na sociedade egípcia, quando se tornou também uma
Deusa lunar devido aos gregos que a associaram a Artemis. Datando da 2a.
Dinastia (em torno de 2890-2686), Bast foi retratada orginalmente como uma gata
do deserto selvagem e também como uma leoa e só foi associada a felinos
domesticados por volta de 1000 a.C. Ela foi comumente equiparada a Sekhmet, a
Deusa Leoa de Memphis, Wadjet e Hathor. Bast era a "Filha de Rá", uma
designação que a colocou no mesmo patamar de Deusas como Maat e Tefnut.
Adicionalmente, Bast era considerada um dos "Olhos de Rá" enquanto o
outro olho era atribuído a sua irmã Sekmete.
Bast é
freqüentemente representada como uma gata ou como uma Deusa com corpo de mulher
de cabeça de gata, portando um sistro, um Ankh, ou um bastão de papiro. Quase
nunca é mostrada em aspecto humano total.
Conhecida
primeiramente como A Gata Selvagem ao longo das margens do Nilo, ou A Gata do
Deserto, Bast a princípio não era representada como uma gata doméstica, forma
que lhe fora atribuída em períodos mais recentes.
Para os
egípcios os gatos representavam o Sol, a Rainha e também a Lua. Encontramos
inúmeras representações do gato sagrado do Deus Rá comendo a serpente das
sombras. Em razão disso, Bast passou a ser considerada a Deusa protetora do
Faraó, além de a Grande Vingadora.
Em anos
mais recentes, Bast foi associada a outros Netjer (Deuses egípcios antigos),
como Het-Heret (Hathor) e Aset (Íris). A associação a estas duas Deusas lhe
foram atribuídas devido aos seus atributos (música, sensualidade, fertilidade e
artes). Por este motivo, o papel de Bast começou a mudar, e se estendeu também
para a protetora das mulheres, crianças e famílias. Neste momento, o papel do
gato no Egito Antigo também começou a mudar para um parceiro mais doméstico, o
que conferiu um estigma mais suave a Bast.
Depois,
em tempos helenos, o nome Bast foi associado a Ísis: (Ba-Aset) Ba = alma/Aset =
Ísis (Bast = alma de Ísis).
O culto a
Bast já era praticado na 1a. Dinastia. Ela hora homenageada com longas
procissões à luz de tochas e com mistérios sagrados, como a Deusa da Magia e
Tecelagem, Aquela que não nasceu, mas gerou a si mesma. Os egípcios celebravam
o banquete de Bast com músicas alegres, dança e bebida numa esta de alegria e
prazer total, onde seus adoradores balançavam um sistro durante a celebração
para homenageá-la.
Os gregos
compararam Bast com Diana e Ártemis e Hórus com Apolo; por isso Bast foi
incluída posteriormente nos mitos de Osíris-Íris como sua filha (essa
associação, porém, nunca foi feita antes da chegada da influência helênica ao
Egito). Ela é considerada a mãe do Deus com cabeça de Leão Mihos (que também
foi adorado em Bubástis, com Thoth).
Bast
também está ligada a Sekmet, e em tempos modernos, Bast e Sekmet passaram a ser
Deusas
gêmeas, faces de uma mesma moeda. As lendas dizem que Thot teria apaziguado a
voracidade sangüínea de Sekmet, dando-lhe cerveja para beber em vez de sangue
(outras versões dizem que ele lhe deu leite). Sekmete então se transforma em
Bast, a Deusa dos festivais, da sensualidade e da bebedeira. Juntas, as irmãs
gêmeas formam o conceito do "Yin/Yang" da religião egípcia: Bast como
a força positiva de natureza amorosa e apaziguadora, e Sekmet como a força
destrutiva e sanguinária.
O fogo
estava associado a Bast e Sekmet. Enquanto Sekhmet representava o aspecto
negativo-devorador do fogo do deserto (o Sol), como o olho de Rá que queima e
executa, Bast representava os aspectos regeneradores do Sol, como o olho de Rá
que aquece e traz fertilidade. Bast não era apenas uma divindade associada ao
Sol, mas também à Lua, isso porque ela é uma Deusa egípcia vinda do Oriente
(leste) e tanto o Sol quanto a Lua nascem no leste e morrem no oeste. A Deusa
Bast, por seu parentesco com a Lua, insere-se no mundo unitário do Grande feminino.
O gato com olhos brilhantes é um animal lunar, daí a relação de Bast com a cor
verde e as mulheres grávidas.
Além de
estar ligada ao fogo, ela também estava ligada aos grandes volumes de água. Era
tida como o céu noturno e aquela que abre os caminhos, levando consigo a chave
dos Deuses da fertilidade, a chave dos porões do útero, do mundo interior, da
morte e do renascimento.
Outra
face popular de Bast, é a sua forma terrestre, um gato preto sentado. Quando
ela assume essa forma, passa a assumir o nome de Bastet. É também conhecida
como Pasht (em seu aspecto escuro). É identificada com Ártemis e Diana, além de
ser o gentil olho do Sol, a Senhora do Leste. Gatos lhe eram sagrados e
embalsamados quando morriam. Ela carrega um sistro e uma cesta e normalmente se
veste de verde. Deusa do Fogo, da Lua, do parto, do amor, da sexualidade, do
êxtase, da fertilidade, do prazer, da alegria, da música, da dança, da proteção
contra as doenças de todos os animais que lhe são sagrados (especialmente os
gatos). Domina a intuição, a cura e o matrimônio.
Bast é a
Deusa egípcia protetora de gatos, mulheres e crianças. Ela é a Deusa do
Amanhecer e do Nascimento. Também é a Deusa da Lua e possuidora de Utchat (o
olho do seu irmão Hórus).
O CULTO À
DEUSA DEUSA BASTET
Bastet, a
deusa gata da mitologia egípcia. Protetora dos gatos, das mulheres, da maternidade, da
cura. Era guardiã das casas e feroz defensora dos seus filhos, representando o
amor maternal. Tem também grande ligação com a Lua, porque luz e a magia da Lua
influencia a todos os felinos. Bastet é uma das esposas de Rá ( deus Sol), com
quem foi mãe de Nefertum e Mihos. É representada como uma Gata Preta, com um
brinco e um colar ou uma mulher com cabeça de gato segurando um sistro,
instrumento musical sagrado.
Os
antigos egípcios representavam os seus deuses com aspecto humano e cabeça
animal. Cada deus tem o seu animal sagrado associado e digno de adoração, como
se fosse a própria divindade. E tal como os humanos os animais eram também
mumificados para assim poderem ser preservados no além. Os gatos eram tão sagrados
no antigo Egito, que quem matasse um gato era condenado à pena de morte.
Considerando um ser divino, ao ponto que quando um deles morria de morte
natural, as pessoas da casa raspavam a sobrancelha em sinal de luto.
O Templo
de Bastet era em Bubastis( cidade do Delta do Nilo), cujo nome em egípicio “
Per-Bast” ( significa : “ a casa de
Bastet” ), mantinha gatos sagrados que eram embalsamados em grandes cerimônias
quando morriam, porque eram considerados como encarnação da deusa.
Bastet,
Bast, Ubasti, Ba-em-Aset ou “ Ailuros” , palavra grega para “gatos” e a palavra
egípcia para o gato era “ Mau”.
Bastet
foi uma das divindades mais veneradas no
Antigo Egito. Nas festas dedicadas à Bastet, as ruas enchiam-se de música, de
dança, brincadeiras, com muita comida, muitos doces, mel e vinho. As
sacerdotisas de Bastet desciam o rio Nilo, anunciando as festividades em
homenagem à deusa usando uma espécie de sino de metal, os snujs. A bailarina
purificava o ambiente ao dançar com os snujs espantando os maus espíritos.
O Simbolo
do Gato Preto era utilizado pelos médicos egípcios para anunciar a sua
capacidade de cura.
Correspondências :
Invoque Bast
para alegria, fertilidade, proteção, expansividade, força, saúde, prazer,
sexualidade, amor, proteção contra maus espíritos, proteção de animais.
Símbolos : sistro, Lua, Sol, Ankh, Olho de Hórus.
Dia: domingo.
Cores: verde, laranja, dourado, amarelo.
Aroma: açafrão
Altar para Deusa Bastet
Deusa Bastet protetora dos lares e da família.
Faça um altar dentro de casa e coloque uma
imagem da deusa Bastet e em volta coloque fotos de seus gatos e de sua família
(também de seus outros animais de estimação). Sempre que quiser, pode acender
uma vela de cor verde ou branca. Peça sempre a proteção e o amor maternal de
Bastet, porque ela tem o poder de se transformar em ferocidade quando algum de
seus filhos é atacado.
Oração de uma Deusa aos Deuses Egípcios
"Em nome de Rá, Ísis, Osíris, Hórus, Ptah, Thot, Tum, Nut, Anubis, Hathor,
Eu sou BASTET, a deusa dos mistérios da natureza".
Fontes /
Referências:
- BUDGE, Wallis. Osiris, The egyptian religion of resurrection. Publisher: University Books, 1961.
- BUDGE, Wallis. Osiris, The egyptian religion of resurrection. Publisher: University Books, 1961.
- HART, George. The Routledge Dictionary Of
Egyptian Gods And Goddesses. 2.
ed. Publisher: Taylor & Francis Group, 2005.
- MILLARD, Anne. The
Egyptians (Peoples of the past). London: MacDonald & Company,
1975.
- QUESNEL, A et al. O Egito: Mitos e
Lendas. Editora:
Ática, 1993.
- REMLER, Pat. Egyptian Mythology A to Z. 3. ed. Publisher:
Chelsea House, 2010.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Namastê!