sexta-feira, 31 de maio de 2013

HÉSTIA E VESTA, GUARDIÃS DA CHAMA SAGRADA


                                                VESTAIS 
                                                            
Héstia era a filha primogênita do casal de Titãs Rhea e Chronos, uma das doze divindades olímpicas que, em troca do direito de permanecer virgem, cedeu seu lugar no Monte Olimpo para o deus Dionísio. Apesar de sua importância como deusa guardiã da lareira, da família e da comunidade, Héstia não tinha um templo específico, nem foi “personificada” em imagens ou estátuas. Mesmo invisível no plano físico, Ela era a mais presente divindade na vida humana, sendo representada pela luz e pelo calor do fogo, honrada em cada casa, cidade e nos templos dedicados aos outros deuses. O fogo aceso nos altares dos templos e nas lareiras das moradias era o pedido e o convite para que Héstia se tornasse presente, trazendo as bênçãos da iluminação. Héstia não tinha rituais específicos, sendo a veneração da chama sagrada a maneira antiga e atual para sua reverência e invocação.
Ela recebia as honras em primeiro e último lugar, em razão dos direitos especiais de seu nascimento e renascimento. Conta o mito que, à medida que a deusa Rhea dava à luz aos seus filhos, Chronos os engolia, por temer ser por eles destronado. Quando Zeus nasceu, Rhea conseguiu enganar Chronos, dando-lhe uma pedra enrolada em panos para engolir e escondeu Zeus na gruta do Monte Ida, onde ele foi criado por sacerdotes e amamentado pela cabra Amalthea. Quando se tornou adulto, Zeus deu um vomitório para que Chronos expelisse todos os filhos por ele engolidos; a última a ser devolvida foi a primogênita Héstia, daí seu título de “a primeira e a última”.
Diferente de outras divindades, Héstia jamais participou das disputas ou intrigas entre os deuses, nem das guerras promovidas por seus irmãos, adquirindo, assim, o direito de ser reverenciada como o centro da casa e do templo e de receber as honras e oferendas em primeiro e último lugar. Por ter imposto sua vontade de permanecer virgem e de jamais aceitar um homem na sua vida, Ela (assim como Ártemis e Athena) era invulnerável às flechas de Eros e aos feitiços de amor de Afrodite.
Poucos escritos existem sobre Héstia, sendo que a principal fonte de informação está nos hinos do poeta Homero. Sua importância para o povo grego estendia-se além das reverências e oferendas a Ela dedicadas, que eram feitas antes de cada refeição ou ritual. Como sua bênção era pedida para o fortalecimento da unidade familiar, uma mulher, quando se casava, recebia em sua nova moradia uma tocha acesa na lareira da casa materna, levada por sua mãe para consagrar o lar dos recém-casados, demonstrando a importância da continuidade da energia ancestral feminina e do elo entre mãe e filha. Quando uma criança nascia, aos cinco dias de vida sua família reunia-se ao redor da lareira e a apresentava à Héstia, pedindo Sua bênção e permissão para a admissão no clã familiar.
Além de ser o elo entre humanos e o plano divino, Héstia também era a protetora dos templos e das comunidades. O Estado era uma continuação da família e cada cidade tinha nos templos um santuário – chamado Prytantis – e uma lareira dedicada à Héstia, zelada pelas sacerdotisas chamadas Prytantes. Visitantes e viajantes pediam as bênçãos para sua estadia ou viagem nestes santuários e os suplicantes e foragidos neles encontravam asilo e proteção. Do templo principal era levada a chama para abençoar as novas cidades e colônias e acender novas lareiras, sendo Héstia o elo que ligava o lar ancestral da capital aos confins do império, da mesma maneira como era feito com a continuidade do fogo materno para com seus descendentes.
Como arquétipo, Héstia representa a essência (em grego a palavra é essia), o centro da psique, a própria chama interior da natureza divina. Ela também simboliza a energia feminina invisível que permeia um lugar ou situação e que torna esse local sagrado.
Como deusa virgem, personifica o conceito da auto-suficiência, ou seja, “ser completa em si mesma”, sem precisar da presença de um pai, marido, filho ou amante. Nessa condição, ela podia seguir seus próprios valores e caminhos, sem lutar pelo poder, sem ter que se submeter à autoridade masculina ou fazer concessões.
O termo latino para “lareira” é focus e, na interpretação astrológica, o asteróide Vesta define a capacidade de focalização e concentração em um determinado objetivo, o que exige a prática do silêncio, introspecção e meditação. Para as mulheres marcadas por sua influência (seja pela presença relevante do asteróide no mapa natal ou através de uma conexão voluntária), o estado de contemplação e as práticas de focalização tornam-se mais fáceis. Mesmo atividades corriqueiras ou afazeres de casa podem ser um meio para ordenar pensamentos e silenciar a mente, encontrando assim momentos de quietude, introspecção e harmonia interior. Conectando-se com a energia de Héstia, a agitação e pressa, a habitual cobrança e o senso exagerado do dever e fazer tornam-se menos importantes; realça-se, assim, o valor e a necessidade de estar conscientemente no “aqui e agora”. Cada vez que uma mulher cria ordem, beleza, paz e harmonia em um ambiente, ela consagra esse espaço.
Desde a pré-história, o fogo era o centro da vida comunitária, pois, além de fornecer luz e calor, era o ponto de encontro dos clãs e dos conselhos de anciãos, sendo também um símbolo de hospitalidade e proteção. Para as mulheres contemporâneas, momentos de solidão e de silêncio são requisitos necessários para o centramento e para as práticas espirituais. Apesar do ritmo agitado da vida e das pressões e exigências modernas, as mulheres que buscam seu crescimento e evolução espiritual não precisam ir para o longínquo Avalon, nem se retirar em um mosteiro ou ashram. Basta criar um tempo e espaço sagrados, formar um grupo ou círculo junto com outras mulheres, ter um propósito e um centro espiritual e permanecer em silêncio e meditação. O mergulho no âmago das essências individuais possibilita encontrar a conexão e a força nutridora de Héstia. A representação do centro pode ser uma vela ou lamparina, um cristal, uma mandala ou a imagem da luz divina.
A versão romana de Héstia era personificada por Vesta e seus cultos diferiam em alguns aspectos. Vesta também era uma força sagrada estabilizadora e centralizadora, protetora das famílias e cidades. No entanto, suas sacerdotisas – as Vestais – tinham maior prestígio e atuação do que as Prytantes já que os romanos tinham um número maior de festividades públicas para reverenciar Vesta do que os gregos, onde o culto era concentrado nos lares. O fogo sagrado de Vesta era velado no Forum Romanum por seis Vestais, em um templo esférico que reproduzia a Terra, cujo perímetro era proibido aos homens após o anoitecer. As Vestais eram escolhidas entre as filhas de famílias nobres e deviam servir por trinta anos, dos quais dez eram de aprendizado, outros dez de sacerdócio e os últimos para ensinar as novas Vestais. Elas deviam manter sua castidade, estando submetidas a regras severas, como no caso de infração ao seu voto, quando eram enterradas vivas. Como recompensa, recebiam alguns privilégios: convites para jantares com autoridades, os melhores lugares nos teatros e arenas e passeios de carruagem; elas não eram submetidas à autoridade paterna, podendo possuir bens e, depois dos trinta anos de serviço, podiam se casar. Por serem consideradas imbuídas de poderes especiais, eram honradas por todos e podiam perdoar condenados caso passassem perto deles. Sua pureza era considerada a garantia da segurança e salvação de Roma e por isso era vigiada em permanência pelo Sumo Pontífice.
Com o passar do tempo, as vestais se tornaram “bodes expiatórios” e foram usadas para fins políticos, sendo-lhes atribuídas as causas de desastres naturais ou as derrotas nas batalhas, por, supostamente, terem infringido seus deveres e quebrado o voto de castidade. Durante as festividades de Vestália, que duravam de 7 a 15 de junho, as matronas romanas descalças e veladas seguiam em peregrinação para levar o pão por elas assado como oferenda para os templos. No final do festival, as Vestais fechavam o templo, lavavam-no e depois abriam-no com um banquete oferecido às divindades, contando apenas com a presença de mulheres. Uma vez por ano, no dia primeiro de março, o fogo sagrado era apagado e novamente acesso ritualisticamente pela fricção de dois paus, revelando o simbolismo oculto de Vesta como deusa geradora e sustentadora das mulheres e das famílias.
Atualmente foi perdido o respeito pela continuidade da união familiar com a reverência e gratidão ao sagrado antes das refeições. Vivemos na era do fast food, com todas suas conseqüências nefastas: falta de diálogo e convívio entre pais e filhos, distúrbios alimentares, diabetes e obesidade. Por não mais honrar e ancorar a energia unificadora e protetora de Héstia em nosso cotidiano, negando o lugar de honra do Seu fogo sagrado em nossas casas, canalizamos o aspecto sombrio e destrutivo do fogo, que se manifesta no superaquecimento global, nos desequilíbrios e conflitos religiosos, na falta de respeito e de reverência perante o sagrado e a natureza.
No entanto, o arquétipo de Héstia permanece esquecido e oculto em nosso inconsciente e caberá a nós – mulheres conscientes de sua força e missão espiritual – reacender o fogo sagrado, em nós, em nossas vidas e famílias. Para isso, precisamos encontrar novas formas de manter a união e harmonia familiar, cuidando da alimentação saudável dos filhos, evitando a poluição ambiental e mental pelo consumismo, a invasão dos alimentos refinados e processados. Podemos e devemos criar singelos momentos de silêncio e de gratidão pelo pão diário, em uma oração conjunta nas refeições ou ao redor da chama de uma vela.
O nosso desafio – como mulheres, filhas, esposas ou mães – é saber como combinar as exigências do mundo externo, estressante e caótico, com a missão ancestral de cuidar da casa, da harmonia familiar e da manutenção da chama sagrada. A resposta se encontra nos pequenos gestos: unir-se em conversas sem assistir TV ou ler jornal, incentivar encontros familiares em datas sagradas, informar-se sobre os alimentos saudáveis, mobilizar pessoas para grupos de estudo e oração, preservar a coesão e sintonia grupal evitando discussões, disputas e competições. Quanto mais isso ocorrer e melhor forem o bem-estar e harmonia alcançados e compartilhados, mais fácil será despertar e ativar o fogo sagrado de Héstia no coração de outras pessoas, criar núcleos luminosos no centro das moradias e das comunidades, para poder curar corpos e mentes e fortalecer a essência divina de todos.

Fonte: Mirella Faur
http://www.teiadethea.org/?q=node/38

                                                                       HÉSTIA

terça-feira, 28 de maio de 2013

QUÍRON - CURANDO AS FERIDAS DA ALMA






Quíron é um grande asteróide posicionado no Cosmos entre os planetas Saturno e Urano. Foi descoberto em 1977 quando, no mesmo ano, outras importantes descobertas astronômicas foram feitas, Uma delas foi a dos anéis de Urano. Acreditava-se que Saturno era o único planeta que possuía anéis em torno de si.

Saturno, na astrologia, é considerado o planeta que limita e na antiga concepção astrológica, atribuía-se a ele as doenças, crises e dificuldades, acidentes e outros males. Na concepção moderna, Saturno passou a ser associado também ao trabalho e ao sucesso, mesmo sendo ainda o planeta que impõe obstáculos, tarefas e desafios.

Urano é associado às mudanças e rupturas e mostra no mapa astrológico, onde uma pessoa pode ser voluntariosa e imprevisível. Urano provoca o desmoronamento de situações e, embora sua ação seja abrupta, decorre de mudanças durante algum tempo. Junto com Netuno, Urano promove uma atualização de velhas instituições.

Quíron era um centauro, metade homem, metade cavalo. Em uma das versões do mito, ele se dedicava a curar outros centauros. Um dia, ao tentar curar um centauro que fora atingido por uma flecha envenenada, ele feriu-se, e tornou-se, depois disso, o curador ferido, capaz de encontrar cura para os outros, menos para si.

No mapa astrológico, Quíron mostra uma área aonde temos tendência a repetir os mesmos erros até que reconhecemos isso e passamos a nos conduzir melhor. Não ficamos completamente curados, como ocorre no mito, e temos de nos manter vigilantes para não retornar aos mesmos erros. Tal qual um viciado, temos de renunciar completamente ao vicio e estar constantemente em vigilância para não retomar o vício. Ou seja, usamos a restrição de Saturno para alcançar a libertação com Urano; Urano tem o efeito de atualizar.

O mesmo ponto do nosso mapa que aponta um padrão repetitivo ou doloroso é o ponto em que podemos atingir uma libertação, exercendo nosso livre arbítrio. Muitas vezes é renunciando a algo que encontramos a cura para uma dor. Além disso, os planetas que formam aspectos com Quíron representam, nessa trama, forças internas e externas contra as quais devemos lutar, a fim de que não nos afastem do nosso Dharma.

Curar uma dor exige persistência, resistência e trabalho, significados de Saturno, aliando a um conhecimento, sabedoria, intuição (Urano). No entanto, devemos saber distinguir. Muitas vezes persistimos numa situação que não traz nenhum resultado positivo. Por exemplo, se você sofre com restrições (Saturno) financeiras, você pode se resignar e continuar sofrendo ou você pode encontrar uma forma de obter ou aumentar seus ganhos e viver de forma satisfatória utilizando-se de uma sabedoria, um estudo que lhe propicie uma nova profissão, etc. (Urano). Para isso você terá de trabalhar, talvez renunciar (Saturno) a horas de lazer para estudar e assim conseguir modificar seu destino (Urano).

Se você sofre por problemas afetivos, que lhe causa frustrações, você pode se resignar em manter um péssimo relacionamento ou você pode decidir escolher se valorizar melhor e procurar alguém que tenha consideração e que aprecie estar a seu lado.

Quando você compreende o que limita, restringe e frustra (Saturno) e reconhece o que tem a fazer para o seu futuro (Urano), você está iniciando um processo de cura (Quíron), e assim consegue modificar seu destino. E quando você decide modificar seu destino, você descobre em si potenciais adormecidos que lhe abrem inúmeras possibilidades.

Trânsitos de Quíron
Dale O’Brien diz que trânsitos críticos de Quíron indicam quando e como um indivíduo é desafiado a crescer sobre a adversidade ou mediocridade que cercam a sua vida e a perceber um destino maior envolvendo-o.

Ele cita que o Dalai Lama foi premiado com o Prêmio Nobel da Paz quandoQuíron em trânsito entrou em conjunção com o Sol em Câncer, o que era um desafio à humildade do seu ego e à sua existência não-mundana. Aquele desafio era excedido em valor pela oportunidade que veio com a aceitação do prêmio: “Se eu gosto disto ou não, eu estou neste planeta, e é bem melhor fazer algo para a humanidade” disse então o 14º Dalai Lama, que não só aceitou o prêmio, mas tornou-se uma presença importante como líder espiritual e político, trazendo visibilidade mundial à questão do Tibete ocupado pela China.

O retorno de Quíron à sua posição original acontece entre 49-51 anos e representa um ponto de escolha, para onde estamos nos movendo. Para aqueles que trabalham sobre a cura de suas feridas e estão abertos para sua espiritualidade pode ser um período verdadeiramente notável em suas vidas. Pode ser um tempo de grande criatividade e que permite encontrar seu próprio lugar no mundo. Porém, quando não houve ainda integração e a pessoa não tiver se aberto para o reino espiritual, isto pode ser um teste, senão, uma experiência mortal.
Quíron na revolução solar Quando Quíron na revolução solar faz conjunção aos ângulos, pode revelar um momento que a pessoa se envolve em processos de cura, ou de si ou de outros.

http://tallerdechiron.blogspot.com.br/2011/04/kiron-nas-casas-nos-signos-ou-em.html



O QUE É MANDALA





Mandala é uma palavra sânscrita, que significa círculo.Mandala também possui outros significados, como círculo mágico ou concentração de energia. Universalmente a mandala é o símbolo da totalidade, da integração e da harmonia.
Em várias épocas e culturas, a mandala foi usada como expressão científica, artística e religiosa. 
Podemos ver mandalas na arte rupestre, no símbolo chinês do Yin e Yang, nos yantras indianos, nas mandalas e thankas tibetanas, nas rosáceas da Catedral de Chartres, nas danças circulares, nos rituais de cura e arte indígenas, na alquimia, na magia, nos escritos herméticos e na arte sacra dos séculos XVI, XVII e XVIII.

A forma mandálica pode ser encontrada em todo início, na Terra e no Cosmo: a célula, o embrião, as sementes, o caule das árvores, as flores, os cristais, as conchas, as estrelas, os planetas, o Sol, a Lua, as nebulosas, as galáxias. Se observarmos o cotidiano a nossa volta, perceberemos estruturas mandálicas onde nunca pensaríamos haver, como no gostoso pãozinho ou no macarrão que comemos: começam com a massa que depois de amassada vira uma bola – mandala tridimensional – para crescer. O prato onde comemos tem a forma circular, e quando nos servimos formamos uma mandala colorida, que irá nos alimentar e nos nutrir, dando energia e vitalidade ao nosso corpo. A própria Terra foi formada por uma explosão de forma mandálica.


segunda-feira, 27 de maio de 2013

QUÍRON , O CURADOR FERIDO






https://soundcloud.com/dalla-2/radio-mandalla



QUÍRON , O CURADOR FERIDO

Em 1977, foi descoberto um pequeno planetóide entre as órbitas de Saturno e Urano. Para a astrologia, a descoberta de um corpo celeste sempre anuncia uma mudança de consciência na sociedade e reflete desenvolvimentos históricos cruciais. Por exemplo: a descoberta de Urano em 1781 está ligada a um período de rebeliões, revoluções e luta pela independência. Netuno foi localizado em 1846, coincidindo com o Romantismo. Plutão é descoberto no início do século e está sincronizado com o aparecimento do fascismo, do totalitarismo e também com o de uma nova ciência, a Psicologia. 

É preciso olhar para a mitologia para estabelecer a conexão de Quíron com a evolução do coletivo e compreender seu significado arquetípico. O pai de Quíron foi Saturno. Sua mãe, Filira, era uma das filhas de Oceano. De acordo com a lenda, Réa, a esposa de Saturno, pegou o marido e Filira no flagra. Para escapar, Saturno transformou-se num garanhão e deu no pé. O produto dessa união foi Quíron, o primeiro Centauro, nascido metade homem, metade animal. Perturbada por ter dado à luz ao que ela considerava um monstro, Filira pediu aos deuses que a livrassem de qualquer maneira da responsabilidade de criá-lo. Como resposta, levaram Quíron e transformaram a mãe ingrata num limoeiro. 
A primeira mágoa de Quíron é a rejeição da mãe, e onde quer que Quíron se encontre num mapa, esta é a área onde podemos ser mais sensíveis às rejeições. Representa a “saída do Paraíso”, que todos vivemos quando somos retirados do útero para a dura realidade do mundo. No corpo físico separado e distinto, perdemos o sentido de unidade com toda a vida. Quíron era parte divino e parte animal, nós também o somos. Seu posicionamento também mostra onde sentimos mais sutilmente o conflito entre os desejos do nosso físico e algo mais trancendente, puro e divino.

Educado por deuses, Quíron cresceu para ser sábio. Seu lado animal deu-lhe sabedoria terrena e proximidade com a natureza. Podemos dizer que era um xamã, um sábio curador, bem versado nas propriedades medicinais de várias ervas. Mas também estudou música, ética, caça e astrologia. Histórias sobre sua grande sabedoria se espalharam, deuses e nobres mortais levaram seus filhos para serem educados por ele. Tornou-se uma espécie de pai adotivo e mestre de Jasão, Hércules e Aquiles, entre outros. As matérias que mais ensinava eram o bem-estar e a cura, pois estava familiarizado em como criar e curar feridas.

Hércules feriu acidentalmente o joelho de Quíron com uma seta envenenada. O veneno era da tenebrosa Hidra e fez uma ferida incurável até mesmo para a medicina de Quíron. Fenômeno curioso: o grande médico sofrendo com uma ferida que não podia ser curada. Este é sua qualidade mais importante: a posição de Quíron no mapa nos mostra onde fomos feridos de algum modo e, através desta experiência obtemos sensibilidade e autoconhecimento para entender e ajudar melhor os outros. Quíron foi associado com o nascimento do interesse popular pela psicoterapia, ao processo de trazer feridas psicológicas à superfície para serem curadas. Na verdade, Quíron aparece num forte posicionamento nos mapas de muitos curadores e terapeutas. Os melhores terapeutas não são aqueles que conhecem bem suas próprias imperfeições?

Quíron preparava as pessoas para serem heróis. Seus pupilos estavam aptos a sobreviver no mundo, mas eram também nobres capazes de feitos e proezas a serviço de seus países ou de um todo maior. A sua localização no mapa não só é capaz de indicar onde podemos ensinar os outros, mas também onde nosso potencial heróico pode manifestar-se. A área onde podemos ir além do normal, sem perder o contato com a “vida real”. Podemos ser intuitivos, inventivos e também ter os pés bem postos no chão. Dale O'Brien diz que trânsitos críticos de Quíron indicam quando e como um indivíduo é desafiado a crescer sobre a adversidade ou mediocridade que cercam a sua vida e a perceber um destino maior envolvendo-o.


Como prêmio por todos os serviços prestados, Quíron recebeu o dom divino da imortalidade. Mas estava numa posição muito estranha, não podia curar sua ferida nem morrer. Qual a solução? Prometeu, que roubou o fogo dos deuses e foi banido para os mundos inferiores, seria libertado se alguém ficasse no seu lugar. Quíron, não querendo mais ser imortal, concordou em trocar de lugar com Prometeu. Eis a fusão de dois tipos de sabedoria: Quíron pegou a sabedoria terrena e a usou para própósitos mais elevados, enquanto Prometeu tirou o fogo dos deuses, símbolo da criatividade, e o trouxe para a Terra. Nosso desafio é integrar a visão espiritual do fogo criativo com a técnica e o senso prático.

A atitude de Quíron com relação à morte e seu entendimento acerca da saúde, da cura e da educação são os sinais dos nossos tempos. Quando a humanidade desperta para sua essência divina, para a busca do autoconhecimento e expansão da consciência a fim de promover a cura individual e planetária.

Fonte: Marcelo Dalla

http://www.marcelodalla.com




                                                    CONSTELAÇÃO DE QUÍRON 

sexta-feira, 24 de maio de 2013

PROMETEU





Titã letrado e estudioso, amigo da humanidade, Prometeu em geral é visto como um homem maduro, belo, sério e esperto.

Segundo uma antiga lenda grega, Prometeu foi o criador da humanidade, ele construiu o corpo do primeiro homem com uma mistura de barro e água (suas próprias lágrimas, segundo alguns), no qual a deusa Atena introduziu vida e alma.

Prometeu pediu para a deusa Atena que o levasse até o Olimpo, ela o satisfez. Quando Prometeu desceu dos céus e passou pelo carro de Apolo, roubou uma fagulha do fogo divino e deu para o homem.

Este episódio provocou irritação em Zeus, que resolveu vingar-se...
Zeus mandou que Ares acorrentasse Prometeu ao Cáucaso, onde uma águia (filha de Tifão e Equidna), iria devorar-lhe o fígado durante todo o dia, enquanto que à noite o fígado se restauraria para que a ave continuasse a torturá-lo eternamente.

Prometeu, que era irmão de Atlas, que também se desentendeu com Zeus.

Por conta desse fato mitológico, existe uma técnica cirúrgica de hepatectomia parcial chamada "Técnica de Prometeu", na qual porções do fígado são retiradas em pequenos fragmentos...

Constantemente Prometeu ajudava os humanos desfavorecendo os deuses. Seus símbolos são figuras do ser humano de barro, arca, borboleta e nártex.
Sua carta manifesta liberalismo, ajuda externa, hesitação, escolha errada, falta de vontade, traição, abandono, sacrifício por causas elevadas, capacidade de participar dos sofrimentos das pessoas alheias e conquistas espirituais.

Quando a carta sai invertida, expressa total falta de praticidade, projetos irrealizáveis, impotência para agir, excesso de confiança, fuga da realidade, uma causa perdida ou inatingível e necessidade de reavaliar objetivos.

As características de Prometeu não se relacionam com o tempo permanente, mas revelam a situação do consulente durante o momento atual, por isso há sinal de mudanças próximas. Em relação a essas mudanças, nunca se amedrontar.

Numa analogia com o Tarôt de Marselha, Prometeu corresponderia ao Enforcado, símbolo de hesitação e abandono.

Na Astrologia simboliza o signo de Aquário. 


A figura trágica e rebelde de Prometeu, símbolo da humanidade, constitui um dos mitos gregos mais presentes na cultura ocidental.

Filho de Jápeto e Clímene - ou da nereida Ásia ou ainda de Têrmis, irmã de Cronos, segundo outras versões –  Prometeu pertencia à estirpe dos Titãs, descendentes de Urano e Gaia e inimigos dos deuses olímpicos.

O poeta Hesíodo relatou, em sua Teogonia, como Prometeu roubou o fogo escondido no Olimpo para entregá-lo aos homens.

Fez do limo da terra um homem e roubou uma fagulha do fogo divino a fim de dar-lhe vida.
Para castigá-lo, Zeus enviou-lhe a bonita Pandora, portadora de uma caixa que, ao ser aberta, espalharia todos os males sobre a Terra.

Como Prometeu resistiu aos encantos da mensageira, Zeus o acorrentou a um penhasco, onde uma águia devorava diariamente seu fígado, que se reconstituía.

Lendas posteriores narram como Hércules matou a águia e libertou Prometeu.

Na Grécia, havia altares consagrados ao culto a Prometeu, sobretudo em Atenas.

Nas lampadofórias (festas das lâmpadas), reverenciavam-se ao mesmo tempo Prometeu, que roubara o fogo do céu, Hefesto, deus do fogo, e Atena, que tinha ensinado o homem a fazer o óleo de oliva.

A tragédia Prometeu acorrentado, de Ésquilo, foi a primeira a apresentá-lo como um rebelde contra a injustiça e a onipotência divina, imagem particularmente apreciada pelos poetas românticos, que viram nele a encarnação da liberdade humana, que leva o homem a enfrentar com orgulho seu destino.

Prometeu significa etimologicamente "o que é previdente".
O mito, além de sua repercussão literária e artística, tem também ressonância profunda entre os pensadores.
Simbolizaria o homem que, para beneficiar a humanidade, enfrenta o suplício inexorável; a grande luta das conquistas civilizadoras e da propagação de seus benefícios à custa de sacrifício e sofrimento.

Fonte: www.nomismatike.hpg.ig.com.br


Rio, 24 de maio de 2013

Nahalia Leão - Astróloga 















"Prometeu carregando o fogo"

domingo, 5 de maio de 2013

TRÂNSITOS


                                          http://astroterapianathalialeao.blogspot.com.br/



    SATURNO DEVORANDO SEUS FILHOS -GOYA 




Saturno representa o que temos de levar a sério, o peso da existência, o concreto, o material, o que precisamos respeitar.
Vênus é a imagem do que sentimos, como amamos, o quê amamos. A atração, a beleza, a suavidade.
Precisamos assegurar o nosso sustento e atravessar os desertos, cuidar das feridas, juntar os cacos.
Mas o nosso eterno sonho de aconchego, de amparo e colo nos faz buscar o amor, o encontro com o outro.
Prazer e dor às vezes se confundem em tortuosos passos.
Para alcançar o que desejamos às vezes nos oferecemos a  doces torturas.
Os jogos adultos nos fragmentam e deixam aos pedaços.
Mas só o próprio sujeito pode recolher seus estilhaços e reinventar-se!
As minhas lacunas só eu posso preencher.
Manter a minha criança interior me resguarda da perda do que tenho de melhor.
Os descaminhos nos levam a nos afastar da nossa natureza.
A escolha é solitariamente individual.
Somos responsáveis pelas nossas escolhas.
O traçado da travessia faz toda a diferença.
Por isso vivo com intensidade as perdas, o luto, os danos até o mais fundo.
Experimento a minha fragilidade na sua expressão absoluta.
Porém quando volto à tona, ressurgida das cinzas,
me revigoro e renasço como Fênix do fogo!

Nathalia Leão Garcia 
Rio, 21 de agosto de 2012. 






                               Saturno - Senhor do Tempo